domingo, 24 de maio de 2015

Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)

21 - Maio - 2015
Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)
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Os principais capitulos de Unwin "da arte pública como expressão da vida comunitária e "da individualidade das cidades", sob influência de Sitte.
Unwin vai confrontar o formalismo regular dos traçados clássicos e em recticulas que favorecem o tráfego com o urbanismo que nasce pela valorização do lugar, como os traçados medievais de traçado irregular.
Deste modo, do confronto entre regular e irregular nasce uma reflexão que evidencia as vantagens e desvantagens de ambas as posições.
Temos os exemplos de Letchworth, Hampstead e Earthswick, são os primeiros passos na ruptura da cidade tradicional devido à reestruturação das relações entre lote e rua.
Os elementos de convergência de Unwin são a casa unifamiliar, a baixa densidade e o máximo aproveitamento do solo livre para espaços verdes das Cidade-Jardim, procurando o equilibrio urbano entre as necessidades funcionais e a criação da imagem da cidade.
O trabalho de Unwin vai ao encontro de questões como a estrutura fundiária, a dimensão, a forma das parcelas e a sua ocupação face à rua. Unwin propõe também o controlo territorial da cidade através do exercício de uma escala global onde organizaria os traçados e edifícios principais e uma escala pequena, a escala de bairro, do quarteirão, da rua.
A escala geral é a Town Planning e a escala pequena a Site Planning.
Entre a organização da estrutura urbana deverá existir correspondência e continuidade entre ambas as escalas. Dualidade entre o plano geral e o plano pormenor, e a mesma entre escala territorial e a escala urbana é confrontada por Unwin com o regular e o irregular.
A revalorização da cidade medieval por Unwin, coloca a questão histórica que se constituiu com o legado de várias épocas e periodos materializados com sobreposição das várias estruturas urbanas. 



Heritage Museum
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Letchworth#/media/File:Letchworth-HeritageMuseum.jpg



Hampstead
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Hampstead_Garden_Suburb#/media/File:Litchfield_Way,_Hampstead_Garden_Suburb.jpg




Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)


  • 30 - Abril - 2015
  • Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)
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  • Unwin - O desenho urbano e a prática urbanistica

  • O Parlamento inglês aprovou em 1909 a primeira lei sobre planeamento urbano e é publicado o Town Planning in Practice, que pretendia melhorar e estimular a aplicação da lei do urbanismo face ao empobrecimento estético e qualitativo das cidades e à sua uniformização.
  • O livro foi um sucesso, tem por objectivos divulgar métodos de projectar cidade, continuando actual foi publicado em várias linguas.
  • A cidade tradicional foi rompida por Unwin quando este procura as várias relações entre a rua e o lote, sendo que para Unwin as ruas são primeiramente canais de tráfego mas também lugar de implantação dos edifícios evidenciando as caracteristicas da fachada criando desta forma a imagem da cidade.
  • A reflexão de Unwin reflecte sobre as larguras, perfis, traçados, cruzamentos e arborização das vias.


  • Unwin
  • Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Raymond_Unwin#/media/File:Raymondunwin.jpg


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano

23 - Abril - 2015
Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano
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Stubben e Camillo Sitte

Joseph Stubben (1845-1936) tornou-se no teórico e práctico mais prestigiado na Alemanha entre 1880 até à Primeira Guerra.
A sua enciclopédia, Der Statebau, handbuch der Architektur, tem um enorme sucesso com várias reedições e divulgação em numerosos países.
Stubben vincula o urbanismo à arquitectura, focando a estética e a técnica de construção de edifícios e da cidade em função do plano e da integração.


Joseph Stubben
fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Josef_St%C3%BCbben#/media/File:Josef_St%C3%BCbben.jpg

Camillo Sitte (1843-1903), lança uma orientação baseada fortemente nos principios compositivos e arquitectónicos medievais.
Estabelece a uma severa critica à falta de imaginação dos traçados rectilineos e repetitivos exaustivamente nos planos de expansão alemães, insistindo na ideia de se preocupam mais com o tráfego viário e infraestruturas do que com as questões arquitectónicas que desenham a paisagem e cria ambientes.
Recusa toda a tradição Haussmanniana que defende o alinhamento rectilíneo, propondo como alternativa sequência que fluem de modo orgânico e assimétrico.
Sitte tem claro dominio na pequena escala.
A vasta obra de Sitte e os seus escritos foram alicerces fundamentais para os urbanistas alemães, onde formou uma escola.
Sitte influênciou Le Corbusier, sendo que o movimento moderno assimilou os trabalhos de Sitte e Stubben no desenho da cidade e da sua composição.


Camillo Sitte
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Camillo_Sitte#/media/File:Sitte.jpg


quinta-feira, 21 de maio de 2015

A urbanistica formal


  • 16 - Abril - 2015
  • Sumário: A urbanistica formal
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  • A urbanistica formal filtra e integra diversos contributos de outras áreas disciplinares que possam evoluir a cidade onde integra as experiências do movimento moderno.
  • Ideias como a unidade de vizinha e os principios funcionalistas na organização distributiva das actividades e equipamentos, tal como o zooning e as regras de urbanismo, higiene e salubridade.
  • Também equacionou anéis verdes e cidades-satélites, desbruçou-se sobre a desprivatização do solo para utilizar em espaço público ou semi-público.
  • Neste periodo o Arquitecto urbanista é entendido e aceite como o especialista da cidade.
  • Algumas administrações recorrem a grandes nomes do urbanismo para tratar das suas cidades.

  • - Sabaudia, Plano da cidade nova na região dos pântanos Agro-pontinos, Itália, 1933
  • Fonte: http://www.handtomouth.net/Sabaudia/images/Kart.jpg





domingo, 19 de abril de 2015

A critica e consolidação da urbanistica moderna

9 - Abril - 2015
Sumário: A critica e consolidação da urbanistica moderna
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Por volta da década de 70 muitas foram as criticas à urbanistica moderna revalorizando os espaços urbanos tradicionais.
Existe neste periodo uma guerra atribulada entre a urbanistica formal e a tradicional.
Gideon, Zevi e Benevolo historiadores ligados ao movimento moderno silenciaram a critica que se oponha ao movimento.
Os historiadores influenciavam a formação dos arquitectos a partir dos anos 40, pois promoviam intencionalmente os autores ligados ao movimento moderno, tinham como meio de comunicação revistas da especialidade, teses modernas e as proprias escolas de arquitectura.
As escolas de arquitectura e a propria administração tinham nos seus quadros cada vez dirigentes mais novos afastando assim urbanistas tradicionais.
A cultura moderna é extremamente dedicada à inovação contra o tradicional, na vanguarda contra o academismo.
Na Europa para regimes conservadores, totalitários e fascistas como o caso de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha Nazi a urbanistica moderna estava intimamente ligada à libertação e à democracia.
Nos anos 50 os poderes públicos aderiram compulsivamente à urbanistica moderna, oficializando-a.
A metodologia implementada pela urbanistica francesa e europeia, da primeira metade do século XX tinha o desenho como síntese da resposta às problemáticas urbanas.


Fonte: http://image.slidesharecdn.com/aula4urbanismomoderno-130329063412-phpapp02/95/aula-4-urbanismo-moderno-8-638.jpg?cb=1364556946

quarta-feira, 25 de março de 2015

Urbanismo entre as duas grandes guerras

19 - Março - 2015
Sumário: Urbanismo entre as duas grandes guerras
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A Europa estava a passar pelas reconstruções das devastações das guerras de 1870 e 1914-18. 
A América estava a viver um crescimento demográfico acentuado, a África e a Ásia a viver a colonização europeia.
Foram os arquitectos que privilegiavam a urbanistica formal que levaram em frente o urbanismo europeu da primeira metade do século XX até à segunda grande guerra.
A Escola Francesa marcou a urbanistica formal através do ensino do urbanismo e exportando urbanistas pelo mundo originando os principais planos de cidades mundiais.

Os paradigmas do urbanismo francês tem neste periodo o seu apogeu na Europa, nas colónias e nos outros pontos do mundo como Marrocos e em Saigão.
A Inglaterra terá importância também através da colonização no ordenamento de Nova Deli, segundo o plano de Sir Edwin Lutyeus em 1912, num traçado enorme preservando o casco antigo da cidade.
Nova Deli contempla grandes eixos e edifícios monumentais, tais como o Palácio do Governador, os Ministérios e o centro na Conaught Place, com a sua rotunda numa interpretação dos circus de Bath.
Outros exemplos são Hong-Kong, Cabul, Heliópolis, etc.
Em Portugal o urbanismo terá forte influência Alemã e Italiana devido à proximidade de regimes e também com França devido à estadia de urbanistas franceses em Portugal, como Forestier, Agache e De Groer.
Agache deixará marca no urbanismo da Costa do Sol com propostas de grande qualidade, como a sistematização do Parque do Estoril.
De Groer trabalhou muito tempo em Portugal, nos planos de Lisboa, Almada e Costa do Sol, Coimbra, Évora e Vila Franca de Xira, entre outros.
Em Lisboa nos anos 40 e 50 são construídos os bairros de Alvalade e Areeiro exemplos marcantes do urbanismo português, planeados por Faria da Costa.
As cidades coloniais, Lourenço Marques, Luanda ou Macau, também reflectiram os ideais do urbanismo europeu.
Foi neste periodo que se deram as primeiras e importantes legislações urbanisticas por toda a Europa impondo a realização obrigatória de planos que definiram regras higienistas, de salubridade, equipamentos e serviços. Estas legislações têm grande impacto até à segunda grande guerra.
Também a publicação de escritos sobre desenho urbano como "A arte de construir as cidades de Camillo Sitte, a "Prática do planeamento de Unwin", tratados de grande influência na primeira metade do século XX.



Lourenço Marques
fonte:https://delagoabayword.files.wordpress.com/2010/10/o-trio-lourenc3a7o-marques-19451.jpg


Liceu Salazar, Lourenço Marques
fonte: https://delagoabayword.files.wordpress.com/2010/10/o-trio-lourenc3a7o-marques-19451.jpg


Luanda
Fonte: http://www.sanzalangola.com/galeria/d/31258-2/Luanda_anos_60.jpg


Macau
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIFsfynl_rfMwc0i80j3dSCTFZ963j0444v59iatoePmpD0B3_bJWcNiIbQTpSeG9FmEYN0avPJIpqGZ4lpGZAVDrQa9Er5teu_ySweEMnR48NQa5JNwbJC0C7dTnSfgFy9NeRArCpqKtB/s1600/Macau-1930s-Correios-W.jpg

domingo, 22 de março de 2015

Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia (conclusão). O Urbanismo entre as duas grandes guerras.

  • 12 - Março - 2015
  • Sumário: Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia.
  • O Urbanismo entre as duas grandes guerras
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  • O quarteirão em modo geométrico subdivide-se em seis lotes ocupados por um edifício e um logradouro, sendo o quarteirão privativo e são criadas penetrações entre empenas.
  • Na segunda metade do século XX os quarteirões sofrem mudanças, os edifícios foram demolidos e novos prédios nasceram com ocupação máxima do lote sem responsabilidade de integração de conjunto e contrapartida para o dominio público.
  • Das Avenidas de Ressano Garcia ficou o perimetro dos quarteirões, os traçados e linhas arbóreas. 

  • Urbanismo entre as duas grandes guerras

  • No final do século XIX e sensivelmente até à guerra de 1914-1918, as cidades foram alvo de grandes transformações urbanas, económicas e sociais.
  • O inicio do século XX começaram os primeiros passos da autonomia do urbanismo enquanto disciplina autonoma que estuda de um modo transversal as transformações industriais, ao crescimento demográfico, às utopias sociais, aos problemas de higiene e salubridade.
  • O urbanismo ganha assim automonia face à arquitectura embora perpectuando estreitas relações, contudo a faculdade de Belas Artes não fazia diferenciação.
  • A busca de novas soluções de espaço devido a problemas urbanos e socioeconómicos, o inicio do século XX foi um periodo de fulgor criativo e reflexivo, surgiram tratados, investigações, as primeiras revistas sobre urbanismo, o aparecimento dos primeiros corpos legais que regulamentam a gestão das cidades. O que proporcionou a obrigação de usar planos segundo a regulamentação dada a forte actividade na construção de edifícios.
  • Avenida da Liberdade, Lisboa, [1953-1958]

  • Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3251/2650399274_98e36ffcc6_o.jpg


Desenho urbano Século XIX - Barcelona (continuação) e as Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia

5 - Março - 2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Barcelona (continuação) e as Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia
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O plano de Barcelona permitia uma rápida expansão, construção de infra-estruturas, divisão fundiária e loteamento.
O sistema tradicional da construção continua da periferia foi rompido por Cerdá, através da malha quadriculada através do modo ordenado das vias.
Relativamente aos quarteirões, estes organizam-se com centros civicos próprios tendo equipamentos como a igreja e a escola,o interior do quarteirão em Barcelona ganha carácter de espaço público. Os edifícios de maior escala surgem ao longo da malha urbana.
O objectivo deste plano baseava-se na reorganização da cidade existente para permitir um crescimento ordenado, a Ensanche.
A grande inovoção do plano de Cerdá é claramente o questionamento das regras de composição clássico-barroca, apesar dos elementos urbanos tipicos com a rua, o parque, a praça e avenida permanecerem embora não se organizarem obrigatóriamente a partir dos quarteirões dada a sua diposição livre.


Barcelona
Fonte:http://www.barcelonahotels.es/estilo/img/mapa-es.png 

As avenidas de Lisboa de Ressano Garcia

A expansão da cidade de Lisboa no século XIX não acompanha as restantes capitais europeias, acontecendo mais tarde.
A necessidade de modernizar Lisboa por ser uma capital europeia com poder colonial alavancou o processo de expansão.
Sob influência de Paris e Barcelona, criaram-se Avenidas e zonas residênciais, planos esses realizados pelo Eng. Frederico Ressano Garcia, que teve formação francesa, aprendendo todo legado de Haussmann, permaneceu em Paris até 
1871.
Por volta de 1888, executa vários planos dando origem à expansão de Lisboa, onde a base de sustentação são o quarteirão e a Avenida.
O planos têm uma função integradora da cidade antiga, é utilizado o traçado viário em estrela, a praça circular e a quadricula regular, seguindo a expressão barroca.
A Avenida da Liberdade que finaliza no Parque Eduardo VII, a Avenida Fontes Pereira de Melo, a Avenida da República, o Marquês de Pombal e o Saldanha são exemplos desta expansão.
A malha urbana é sustentada através da praça convergente, do quarteirão, da malha recticulada e pela arborização das faixas centrais das avenidas.
O plano tem por base processos de expropriação e preparação do solo dividindo posteriormente em áreas construtivas.


Avenida da Liberdade
Fonte: http://lh3.ggpht.com/-bjunCTMS-zw/Tmdu1OK7FCI/AAAAAAAAR-0/cJvL1lPJ_t4/lx301_thumb%25255B4%25255D.jpg?imgmax=800


Planta de Lisboa
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZXiHmu9jxgJ79S1b_FLNUfArK4LPzRwD0fK3Ftd_7v5zQV74Ff6eI_Kpwrw4q7vPcMAZ78IN_NuNCVjgF1sjFf7mgkGoj3RBEI1y1JBQZS9F_wYqgwyhs6brBSd3gz3kA-4do26TQwQEU/s1600/Campo+Grande+006.jpg 

domingo, 1 de março de 2015

Desenho urbano Século XIX - Barcelona


26 - Fevereiro - 2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Barcelona
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Barcelona - Ildefonso Cerdá
A Catalunha estava em forte crescimento económico e cultural. Deste modo foi necessário elaborar um plano de expansão para Barcelona, dado que as muralhas medievais foram destruídas.Assim, Ildefonso Cerdá foi constituido pelo Rei como autor do plano de expansão para a cidade, aprovado em 1859 organizando a expansão até principios de século XX.
O plano de Cerdá vai debruçar-se sobre duas questões essenciais, a organização da grande expansão, o "Ensanche", e o estudo sobre a malha urbano quadriculada e o modo que o quarteirão se integra.
A Teoria General de La Urbanización, explica o pensamento urbanistico e as suas metologias.O plano de Cerdá responde aos aspectos funcionais, sociológicos, económicos e administrativos.A estratégia de Cerdá passa por um plano desenhado em quadricula ortogonal, com quarteirões de 113 metros de lado e vias de 20 metros de perfil. 
A quadricula é rasgada por diagonais que convergem numa grande praça, criando quarteirões irregulares e outros largos ou praças. A malha urbana envolve a cidade medieval e prolonga-se até aos municipios vizinhos. 
O plano foi preparado para albergar 800 000 habitantes numa escala inovadora na Europa em pleno século XIX.QuarteirõesFonte: http://barcelonawiths.com/wp-content/uploads/pla-cerda.jpgLigação entre cidade nova e cidade medievalFonte: http://urbanidades.arq.br/wp-content/uploads/2010/07/barcelona1.jpgSagrada FamiliaGrande plano
Fonte:http://www.anycerda.org/web/imagen/1266923209.foto1.tbl_fichas.0/Fotopla%20de%20l'Eixample.9-22.jpgQuarteirões
Fonte: http://www.ananomundo.com.br/site/wp-content/uploads/2013/08/QuadraCerda1.jpgDesenho
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/72/Barcelona_plano.jpg

Desenho urbano Século XIX - Experiências urbanas - Paris

12 - Fevereiro - 2015
Sumário:Desenho urbano Século XIX - Experiências urbanas - Paris
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Em meados do Século XIX era urgente pensar o território e os modos de expansão da cidades, dessa reflexão surgiram propostas alternativas e diferenciadoras da cidade burguesa e industrial.
Dessas propostas destacam-se os bairros especializados para os trabalhadores, construídos pelos industriais preocupados com as condições de vida dos trabalhadores.
A proposta da cidade linear de Soria e Mata articulava o caminho-de-ferro com o progresso urbano, além do transporte ferroviário o transporte motorizado transforma profundamente as cidades.
Todas estas experiências são reflexo das metamorfoses sociais, económicas e demográficas da era industrial.

Paris de Haussmann - Traçado Barroco

Haussmann interviu metodicamente na malha urbana antiga da cidade, renovando as áreas mais fragilizadas com novos traçados e construindo novas infra-estruturas.
O plano de Haussmann tinha como objectivos a circulação descongestionada no interior da cidade de modo a permitir a circulação entre gares. 
Outro objectivo era diminuir a insalubridade e a deteriorização dos bairros. 
Haussmann pensou também sob uma perspectiva de reenquadramento dos monumentos através de grandes eixos viários, retalhando a cidade com um traçado proviniente de praças bem ao gosto da tradição Barroca.
Os elementos urbanos utilizados no plano de Haussmann são o traçado em Avenida, praça como lugar de confluências de vias e o quarteirão.
A estrutura interna do quarteirão, cada lote é definido por perpendiculares à rua. A sua forma é desenhada de modo a evitar ruas demasiadas extensas.
Quanto à arquitectura dos edifícios é regular para produzir um tecido urbano homogeneo.
A unidade formal nas fachadas e coberturas, portas, janelas, cantarias, cornijas, etc.
O quarteirão ganha uma enorme importância e ganha novas funções no seu interior, através da sobreposição de vários pisos com equipamentos e serviços.



Paris
Fonte: http://www.arthistoryarchive.com/arthistory/architecture/images/Haussmanns-Paris-09.jpg




domingo, 8 de fevereiro de 2015

Desenho urbano Século XIX - Especulação fundiária e utopias sociais

5-Fevereiro-2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Especulação fundiária e utopias sociais
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A cidade industrial criou grandes assimetrias entre oferta e procura de alojamento. Os interesses económicos ganham espaço face às preocupações urbanísticas. 
O aceleramento dos processos de loteamento para preparação do solo desvinculam-se das preocupações urbanísticas e arquitectónicas. 
Foi um periodo de execução de grandes extensões de loteamentos em quadricula repetidos sem qualquer controlo urbanístico.
Na Inglaterra as Bye Laws avançam em macha de óleo sobre o território criando uma malha habitacional descontrolada e monótona. Surgem as "Ilhas" e as "vilas" para aproveitamento so solo para construção e tecido habitacional para as classes operárias mais desfavorecidas. A cidade vai-se desenvolver em torno destes fenómenos e não pela organização espacial, que resultará na reflexão sobre os problemas sanitários das populações dando origem ao pensamento higienista do século XX.
Os urbanistas têm dificuldade para realizar operações urbanisticas por falta de vontade politico-administrativa, como aconteceu no passado com o plano de Wren para Londres em 1665, que não foi executado por falta de vontade face aos interesses privados.
Em Barcelona também Cerdá teve problemas em realizar o plano na sua plenitude que previa uma maior espacialidade para o espaço público.
Fruto do Liberalismo económico a gestão da cidade torna-se passiva face ao investimento privado no que toca à rentabilidade do solo.
O urbanismo vai assumir o papel de mediador entre conflitos de interesse privado e público. 

Utopias sociais
A problemática da cidade industrial e burguesa do século XIX, provocaram os mais diversos pensamentos e projectos de incidência social que resultaram em algumas experiências em edifícios que privilegiavam a vida em comunidade. Estamos a falar dos Falanstérios e dos familistérios, que pretendem alavancar uma transformação social criando novas comunidades distribuidas pelo território em detrimento da vida da cidade industrial.
As propostas de Owen e Fourier nestes casos são conjuntos edificados que volumetricamente aparentam ser como o palácio da nobreza.
Estas propostas tenderam a fracassar, mas contudo tem algumas linhas de influência na unidade de habitação de Le Corbusier e os Dom Komplex soviéticos. 


 
 Fonte: Lamas, José Ressano. Morfologia urbana e Desenho da cidade



 Le grand hornu
Fonte: http://penelopeturner.com/wp-content/2010/06/grand-hornu.jpg
  

Desenho urbano século XIX - Periferia urbana

29 - Janeiro - 2015

Sumário: Desenho urbano século XIX - Periferia urbana
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A fuga da cidade industrializada e o desenvolvimento dos transportes permitiram a expansão para a periferia com a construção de habitações. Os novos meios de transporte permitiram ligar estes novos aglomerados aos centros urbanos.
Os subúrbios proliferaram ocupando o solo desmesuradamente alterando profundamente os modelos urbanos.
Os elementos urbanos alteraram-se a rua passou a ser apenas um percurso, a praça de tradicional espaço de lazer e de encontro social deixa de ser utilizada.
O quarteirão enquanto elemento urbano é abandonado dando lugar à habitação unifamiliar de baixa densidade. Modelo que não favorece o desenvolvimento do espaço urbano, a arborização fazem a ligação entre o edificado e o espaço urbano.
O espaço colectivo perde importância para o espaço privado que se caracteriza por edifícios situados ao centro do lote envolvidos por logradouros deixando de contactar directamente com a via existindo um muro que delimita o lote.
O crescimento do subúrbio rompe com a morfologia urbana tradicional.
A especulação fundiária surge e ganha face às preocupações urbanísticas. 
 
 
 Fonte: Lamas, José Ressano. Morfologia urbana e Desenho da cidade
     

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Desenho Urbano - Século XIX (continuação)

22 - Janeiro - 2015
Sumário:Desenho Urbano - Século XIX (continuação) 
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Neste periodo foram introduzidos equipamentos e serviços que transformaram profundamente as áreas degradadas, como gares de caminho-de-ferro, hospitais, escolas, armazéns comerciais de grandes dimensões e locais de diversão e lazer.
As cidades marcantes pelo seu progresso foram: Paris, Barcelona, Madrid, Lisboa, Berlim, Milão, Turim e Washington.
O quarteirão ganha um papel muito importante na forma como é repetido e por ser um processo de organização rápida.
A cidade transformou-se devido à destruição das muralhas que com a evolução das estratégias militares e o aparecimento de novas armas tornaram as muralhas obsoletas. Também a industrialização contribuiu para o crescimento das cidades, através do consumo do solo.
O aumento demográfico foi também um factor importante para o crescimento das cidades.
Consequentemente, a cidade invade o campo num crescimento acelarado, são criados aneis viários e boulevards.
A cidade tradicional prolonga-se pela cidade da periferia.
Alguns exemplos destas transformações são: Ring de Viena, cidade Besançon, Aix-en-Provence,etc.
Resultado do crescimento urbano surgem as primeiras evidências de tecido urbano periférico em Londres em finais do século XVIII, loteamentos privados utilizando as tipologias Crescent e Circus.


Ringue de Viena
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Ringstra%C3%9Fe#mediaviewer/File:Wien1858.jpg


Vista do Museu de história natural
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Ringstra%C3%9Fe#mediaviewer/File:Dr.-Karl-Renner-Ring_Vienna.JPG

domingo, 18 de janeiro de 2015

Desenho Urbano - Século XIX

15 - Janeiro - 2015
Sumário: Desenho Urbano - Século XIX 
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As cidades no século XIX tiveram um enorme desenvolvimento. Inicialmente com a continuidade da cidade clássica e aparecimento de novos espaços urbanos chegando à modernidade.
As alavancas para o progresso urbano foram a industrialização e o crescimento demográfico alterando profundamente a sociedade e por sua vez a morfologia da cidade, com a colocação de infraestruturas, equipamentos e novos espaços de habitação. 
O periodo Napoleónico continua a utilizar o Barroco por ser uma arte de ostentação bem ao gosto do poder imperial, com introdução da escala monumental e arcos do triunfo.
A dimensão da cidade altera-se profundamente ganhando uma nova escala, a limitação da cidade passa a ser inutil e as muralhas deixaram de fazer sentido. A cidade teve então a oportunidade de alastrar no território foi o primeiro grande avanço para alcançar a cidade moderna.
A complexidade da cidade oitecentista é expressa em Paris, Barcelona, Avenidas lisboetas e em Inglaterra a Regent´s Street e Regent´s Park de J.Nash.
O desenho urbano com base em traçados, quadriculas, quarteirões, ruas, avenidas e praças teve a sua continuidade no século XIX, criando cidades complexas e mais desenvolvidas com jardins, parques, alamedas, passeios públicos, avenidas e boulevards.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regent´s Street
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/47/Regent_Street_London.jpg
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regent's Park
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/59/Regent%27s_Park_bandstand.jpg  
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paris, Haussmann
fonte: http://www.arthistoryarchive.com/arthistory/architecture/images/Haussmanns-Paris-09.jpg
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Barcelona, Cerdá
Fonte:http://www.diplomaciayprotocolo.com/revista/images/stories/eixample.jpg  
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avenida da Liberdade
Fonte:http://www.jornaldamadeira.pt/sites/default/files/imagecache/400xY/avenida_da_liberdade.jpg