domingo, 24 de maio de 2015

Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)

21 - Maio - 2015
Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)
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Os principais capitulos de Unwin "da arte pública como expressão da vida comunitária e "da individualidade das cidades", sob influência de Sitte.
Unwin vai confrontar o formalismo regular dos traçados clássicos e em recticulas que favorecem o tráfego com o urbanismo que nasce pela valorização do lugar, como os traçados medievais de traçado irregular.
Deste modo, do confronto entre regular e irregular nasce uma reflexão que evidencia as vantagens e desvantagens de ambas as posições.
Temos os exemplos de Letchworth, Hampstead e Earthswick, são os primeiros passos na ruptura da cidade tradicional devido à reestruturação das relações entre lote e rua.
Os elementos de convergência de Unwin são a casa unifamiliar, a baixa densidade e o máximo aproveitamento do solo livre para espaços verdes das Cidade-Jardim, procurando o equilibrio urbano entre as necessidades funcionais e a criação da imagem da cidade.
O trabalho de Unwin vai ao encontro de questões como a estrutura fundiária, a dimensão, a forma das parcelas e a sua ocupação face à rua. Unwin propõe também o controlo territorial da cidade através do exercício de uma escala global onde organizaria os traçados e edifícios principais e uma escala pequena, a escala de bairro, do quarteirão, da rua.
A escala geral é a Town Planning e a escala pequena a Site Planning.
Entre a organização da estrutura urbana deverá existir correspondência e continuidade entre ambas as escalas. Dualidade entre o plano geral e o plano pormenor, e a mesma entre escala territorial e a escala urbana é confrontada por Unwin com o regular e o irregular.
A revalorização da cidade medieval por Unwin, coloca a questão histórica que se constituiu com o legado de várias épocas e periodos materializados com sobreposição das várias estruturas urbanas. 



Heritage Museum
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Letchworth#/media/File:Letchworth-HeritageMuseum.jpg



Hampstead
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Hampstead_Garden_Suburb#/media/File:Litchfield_Way,_Hampstead_Garden_Suburb.jpg




Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)


  • 30 - Abril - 2015
  • Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano (continuação)
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  • Unwin - O desenho urbano e a prática urbanistica

  • O Parlamento inglês aprovou em 1909 a primeira lei sobre planeamento urbano e é publicado o Town Planning in Practice, que pretendia melhorar e estimular a aplicação da lei do urbanismo face ao empobrecimento estético e qualitativo das cidades e à sua uniformização.
  • O livro foi um sucesso, tem por objectivos divulgar métodos de projectar cidade, continuando actual foi publicado em várias linguas.
  • A cidade tradicional foi rompida por Unwin quando este procura as várias relações entre a rua e o lote, sendo que para Unwin as ruas são primeiramente canais de tráfego mas também lugar de implantação dos edifícios evidenciando as caracteristicas da fachada criando desta forma a imagem da cidade.
  • A reflexão de Unwin reflecte sobre as larguras, perfis, traçados, cruzamentos e arborização das vias.


  • Unwin
  • Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Raymond_Unwin#/media/File:Raymondunwin.jpg


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano

23 - Abril - 2015
Sumário: Os tratadistas do inicio do século XX e a valorização do desenho urbano
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Stubben e Camillo Sitte

Joseph Stubben (1845-1936) tornou-se no teórico e práctico mais prestigiado na Alemanha entre 1880 até à Primeira Guerra.
A sua enciclopédia, Der Statebau, handbuch der Architektur, tem um enorme sucesso com várias reedições e divulgação em numerosos países.
Stubben vincula o urbanismo à arquitectura, focando a estética e a técnica de construção de edifícios e da cidade em função do plano e da integração.


Joseph Stubben
fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Josef_St%C3%BCbben#/media/File:Josef_St%C3%BCbben.jpg

Camillo Sitte (1843-1903), lança uma orientação baseada fortemente nos principios compositivos e arquitectónicos medievais.
Estabelece a uma severa critica à falta de imaginação dos traçados rectilineos e repetitivos exaustivamente nos planos de expansão alemães, insistindo na ideia de se preocupam mais com o tráfego viário e infraestruturas do que com as questões arquitectónicas que desenham a paisagem e cria ambientes.
Recusa toda a tradição Haussmanniana que defende o alinhamento rectilíneo, propondo como alternativa sequência que fluem de modo orgânico e assimétrico.
Sitte tem claro dominio na pequena escala.
A vasta obra de Sitte e os seus escritos foram alicerces fundamentais para os urbanistas alemães, onde formou uma escola.
Sitte influênciou Le Corbusier, sendo que o movimento moderno assimilou os trabalhos de Sitte e Stubben no desenho da cidade e da sua composição.


Camillo Sitte
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Camillo_Sitte#/media/File:Sitte.jpg


quinta-feira, 21 de maio de 2015

A urbanistica formal


  • 16 - Abril - 2015
  • Sumário: A urbanistica formal
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  • A urbanistica formal filtra e integra diversos contributos de outras áreas disciplinares que possam evoluir a cidade onde integra as experiências do movimento moderno.
  • Ideias como a unidade de vizinha e os principios funcionalistas na organização distributiva das actividades e equipamentos, tal como o zooning e as regras de urbanismo, higiene e salubridade.
  • Também equacionou anéis verdes e cidades-satélites, desbruçou-se sobre a desprivatização do solo para utilizar em espaço público ou semi-público.
  • Neste periodo o Arquitecto urbanista é entendido e aceite como o especialista da cidade.
  • Algumas administrações recorrem a grandes nomes do urbanismo para tratar das suas cidades.

  • - Sabaudia, Plano da cidade nova na região dos pântanos Agro-pontinos, Itália, 1933
  • Fonte: http://www.handtomouth.net/Sabaudia/images/Kart.jpg





domingo, 19 de abril de 2015

A critica e consolidação da urbanistica moderna

9 - Abril - 2015
Sumário: A critica e consolidação da urbanistica moderna
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Por volta da década de 70 muitas foram as criticas à urbanistica moderna revalorizando os espaços urbanos tradicionais.
Existe neste periodo uma guerra atribulada entre a urbanistica formal e a tradicional.
Gideon, Zevi e Benevolo historiadores ligados ao movimento moderno silenciaram a critica que se oponha ao movimento.
Os historiadores influenciavam a formação dos arquitectos a partir dos anos 40, pois promoviam intencionalmente os autores ligados ao movimento moderno, tinham como meio de comunicação revistas da especialidade, teses modernas e as proprias escolas de arquitectura.
As escolas de arquitectura e a propria administração tinham nos seus quadros cada vez dirigentes mais novos afastando assim urbanistas tradicionais.
A cultura moderna é extremamente dedicada à inovação contra o tradicional, na vanguarda contra o academismo.
Na Europa para regimes conservadores, totalitários e fascistas como o caso de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha Nazi a urbanistica moderna estava intimamente ligada à libertação e à democracia.
Nos anos 50 os poderes públicos aderiram compulsivamente à urbanistica moderna, oficializando-a.
A metodologia implementada pela urbanistica francesa e europeia, da primeira metade do século XX tinha o desenho como síntese da resposta às problemáticas urbanas.


Fonte: http://image.slidesharecdn.com/aula4urbanismomoderno-130329063412-phpapp02/95/aula-4-urbanismo-moderno-8-638.jpg?cb=1364556946

quarta-feira, 25 de março de 2015

Urbanismo entre as duas grandes guerras

19 - Março - 2015
Sumário: Urbanismo entre as duas grandes guerras
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A Europa estava a passar pelas reconstruções das devastações das guerras de 1870 e 1914-18. 
A América estava a viver um crescimento demográfico acentuado, a África e a Ásia a viver a colonização europeia.
Foram os arquitectos que privilegiavam a urbanistica formal que levaram em frente o urbanismo europeu da primeira metade do século XX até à segunda grande guerra.
A Escola Francesa marcou a urbanistica formal através do ensino do urbanismo e exportando urbanistas pelo mundo originando os principais planos de cidades mundiais.

Os paradigmas do urbanismo francês tem neste periodo o seu apogeu na Europa, nas colónias e nos outros pontos do mundo como Marrocos e em Saigão.
A Inglaterra terá importância também através da colonização no ordenamento de Nova Deli, segundo o plano de Sir Edwin Lutyeus em 1912, num traçado enorme preservando o casco antigo da cidade.
Nova Deli contempla grandes eixos e edifícios monumentais, tais como o Palácio do Governador, os Ministérios e o centro na Conaught Place, com a sua rotunda numa interpretação dos circus de Bath.
Outros exemplos são Hong-Kong, Cabul, Heliópolis, etc.
Em Portugal o urbanismo terá forte influência Alemã e Italiana devido à proximidade de regimes e também com França devido à estadia de urbanistas franceses em Portugal, como Forestier, Agache e De Groer.
Agache deixará marca no urbanismo da Costa do Sol com propostas de grande qualidade, como a sistematização do Parque do Estoril.
De Groer trabalhou muito tempo em Portugal, nos planos de Lisboa, Almada e Costa do Sol, Coimbra, Évora e Vila Franca de Xira, entre outros.
Em Lisboa nos anos 40 e 50 são construídos os bairros de Alvalade e Areeiro exemplos marcantes do urbanismo português, planeados por Faria da Costa.
As cidades coloniais, Lourenço Marques, Luanda ou Macau, também reflectiram os ideais do urbanismo europeu.
Foi neste periodo que se deram as primeiras e importantes legislações urbanisticas por toda a Europa impondo a realização obrigatória de planos que definiram regras higienistas, de salubridade, equipamentos e serviços. Estas legislações têm grande impacto até à segunda grande guerra.
Também a publicação de escritos sobre desenho urbano como "A arte de construir as cidades de Camillo Sitte, a "Prática do planeamento de Unwin", tratados de grande influência na primeira metade do século XX.



Lourenço Marques
fonte:https://delagoabayword.files.wordpress.com/2010/10/o-trio-lourenc3a7o-marques-19451.jpg


Liceu Salazar, Lourenço Marques
fonte: https://delagoabayword.files.wordpress.com/2010/10/o-trio-lourenc3a7o-marques-19451.jpg


Luanda
Fonte: http://www.sanzalangola.com/galeria/d/31258-2/Luanda_anos_60.jpg


Macau
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIFsfynl_rfMwc0i80j3dSCTFZ963j0444v59iatoePmpD0B3_bJWcNiIbQTpSeG9FmEYN0avPJIpqGZ4lpGZAVDrQa9Er5teu_ySweEMnR48NQa5JNwbJC0C7dTnSfgFy9NeRArCpqKtB/s1600/Macau-1930s-Correios-W.jpg

domingo, 22 de março de 2015

Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia (conclusão). O Urbanismo entre as duas grandes guerras.

  • 12 - Março - 2015
  • Sumário: Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia.
  • O Urbanismo entre as duas grandes guerras
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  • O quarteirão em modo geométrico subdivide-se em seis lotes ocupados por um edifício e um logradouro, sendo o quarteirão privativo e são criadas penetrações entre empenas.
  • Na segunda metade do século XX os quarteirões sofrem mudanças, os edifícios foram demolidos e novos prédios nasceram com ocupação máxima do lote sem responsabilidade de integração de conjunto e contrapartida para o dominio público.
  • Das Avenidas de Ressano Garcia ficou o perimetro dos quarteirões, os traçados e linhas arbóreas. 

  • Urbanismo entre as duas grandes guerras

  • No final do século XIX e sensivelmente até à guerra de 1914-1918, as cidades foram alvo de grandes transformações urbanas, económicas e sociais.
  • O inicio do século XX começaram os primeiros passos da autonomia do urbanismo enquanto disciplina autonoma que estuda de um modo transversal as transformações industriais, ao crescimento demográfico, às utopias sociais, aos problemas de higiene e salubridade.
  • O urbanismo ganha assim automonia face à arquitectura embora perpectuando estreitas relações, contudo a faculdade de Belas Artes não fazia diferenciação.
  • A busca de novas soluções de espaço devido a problemas urbanos e socioeconómicos, o inicio do século XX foi um periodo de fulgor criativo e reflexivo, surgiram tratados, investigações, as primeiras revistas sobre urbanismo, o aparecimento dos primeiros corpos legais que regulamentam a gestão das cidades. O que proporcionou a obrigação de usar planos segundo a regulamentação dada a forte actividade na construção de edifícios.
  • Avenida da Liberdade, Lisboa, [1953-1958]

  • Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3251/2650399274_98e36ffcc6_o.jpg