quarta-feira, 25 de março de 2015

Urbanismo entre as duas grandes guerras

19 - Março - 2015
Sumário: Urbanismo entre as duas grandes guerras
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A Europa estava a passar pelas reconstruções das devastações das guerras de 1870 e 1914-18. 
A América estava a viver um crescimento demográfico acentuado, a África e a Ásia a viver a colonização europeia.
Foram os arquitectos que privilegiavam a urbanistica formal que levaram em frente o urbanismo europeu da primeira metade do século XX até à segunda grande guerra.
A Escola Francesa marcou a urbanistica formal através do ensino do urbanismo e exportando urbanistas pelo mundo originando os principais planos de cidades mundiais.

Os paradigmas do urbanismo francês tem neste periodo o seu apogeu na Europa, nas colónias e nos outros pontos do mundo como Marrocos e em Saigão.
A Inglaterra terá importância também através da colonização no ordenamento de Nova Deli, segundo o plano de Sir Edwin Lutyeus em 1912, num traçado enorme preservando o casco antigo da cidade.
Nova Deli contempla grandes eixos e edifícios monumentais, tais como o Palácio do Governador, os Ministérios e o centro na Conaught Place, com a sua rotunda numa interpretação dos circus de Bath.
Outros exemplos são Hong-Kong, Cabul, Heliópolis, etc.
Em Portugal o urbanismo terá forte influência Alemã e Italiana devido à proximidade de regimes e também com França devido à estadia de urbanistas franceses em Portugal, como Forestier, Agache e De Groer.
Agache deixará marca no urbanismo da Costa do Sol com propostas de grande qualidade, como a sistematização do Parque do Estoril.
De Groer trabalhou muito tempo em Portugal, nos planos de Lisboa, Almada e Costa do Sol, Coimbra, Évora e Vila Franca de Xira, entre outros.
Em Lisboa nos anos 40 e 50 são construídos os bairros de Alvalade e Areeiro exemplos marcantes do urbanismo português, planeados por Faria da Costa.
As cidades coloniais, Lourenço Marques, Luanda ou Macau, também reflectiram os ideais do urbanismo europeu.
Foi neste periodo que se deram as primeiras e importantes legislações urbanisticas por toda a Europa impondo a realização obrigatória de planos que definiram regras higienistas, de salubridade, equipamentos e serviços. Estas legislações têm grande impacto até à segunda grande guerra.
Também a publicação de escritos sobre desenho urbano como "A arte de construir as cidades de Camillo Sitte, a "Prática do planeamento de Unwin", tratados de grande influência na primeira metade do século XX.



Lourenço Marques
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Liceu Salazar, Lourenço Marques
fonte: https://delagoabayword.files.wordpress.com/2010/10/o-trio-lourenc3a7o-marques-19451.jpg


Luanda
Fonte: http://www.sanzalangola.com/galeria/d/31258-2/Luanda_anos_60.jpg


Macau
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIFsfynl_rfMwc0i80j3dSCTFZ963j0444v59iatoePmpD0B3_bJWcNiIbQTpSeG9FmEYN0avPJIpqGZ4lpGZAVDrQa9Er5teu_ySweEMnR48NQa5JNwbJC0C7dTnSfgFy9NeRArCpqKtB/s1600/Macau-1930s-Correios-W.jpg

domingo, 22 de março de 2015

Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia (conclusão). O Urbanismo entre as duas grandes guerras.

  • 12 - Março - 2015
  • Sumário: Desenho urbano Século XIX - Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia.
  • O Urbanismo entre as duas grandes guerras
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  • O quarteirão em modo geométrico subdivide-se em seis lotes ocupados por um edifício e um logradouro, sendo o quarteirão privativo e são criadas penetrações entre empenas.
  • Na segunda metade do século XX os quarteirões sofrem mudanças, os edifícios foram demolidos e novos prédios nasceram com ocupação máxima do lote sem responsabilidade de integração de conjunto e contrapartida para o dominio público.
  • Das Avenidas de Ressano Garcia ficou o perimetro dos quarteirões, os traçados e linhas arbóreas. 

  • Urbanismo entre as duas grandes guerras

  • No final do século XIX e sensivelmente até à guerra de 1914-1918, as cidades foram alvo de grandes transformações urbanas, económicas e sociais.
  • O inicio do século XX começaram os primeiros passos da autonomia do urbanismo enquanto disciplina autonoma que estuda de um modo transversal as transformações industriais, ao crescimento demográfico, às utopias sociais, aos problemas de higiene e salubridade.
  • O urbanismo ganha assim automonia face à arquitectura embora perpectuando estreitas relações, contudo a faculdade de Belas Artes não fazia diferenciação.
  • A busca de novas soluções de espaço devido a problemas urbanos e socioeconómicos, o inicio do século XX foi um periodo de fulgor criativo e reflexivo, surgiram tratados, investigações, as primeiras revistas sobre urbanismo, o aparecimento dos primeiros corpos legais que regulamentam a gestão das cidades. O que proporcionou a obrigação de usar planos segundo a regulamentação dada a forte actividade na construção de edifícios.
  • Avenida da Liberdade, Lisboa, [1953-1958]

  • Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3251/2650399274_98e36ffcc6_o.jpg


Desenho urbano Século XIX - Barcelona (continuação) e as Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia

5 - Março - 2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Barcelona (continuação) e as Avenidas de Lisboa de Ressano Garcia
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O plano de Barcelona permitia uma rápida expansão, construção de infra-estruturas, divisão fundiária e loteamento.
O sistema tradicional da construção continua da periferia foi rompido por Cerdá, através da malha quadriculada através do modo ordenado das vias.
Relativamente aos quarteirões, estes organizam-se com centros civicos próprios tendo equipamentos como a igreja e a escola,o interior do quarteirão em Barcelona ganha carácter de espaço público. Os edifícios de maior escala surgem ao longo da malha urbana.
O objectivo deste plano baseava-se na reorganização da cidade existente para permitir um crescimento ordenado, a Ensanche.
A grande inovoção do plano de Cerdá é claramente o questionamento das regras de composição clássico-barroca, apesar dos elementos urbanos tipicos com a rua, o parque, a praça e avenida permanecerem embora não se organizarem obrigatóriamente a partir dos quarteirões dada a sua diposição livre.


Barcelona
Fonte:http://www.barcelonahotels.es/estilo/img/mapa-es.png 

As avenidas de Lisboa de Ressano Garcia

A expansão da cidade de Lisboa no século XIX não acompanha as restantes capitais europeias, acontecendo mais tarde.
A necessidade de modernizar Lisboa por ser uma capital europeia com poder colonial alavancou o processo de expansão.
Sob influência de Paris e Barcelona, criaram-se Avenidas e zonas residênciais, planos esses realizados pelo Eng. Frederico Ressano Garcia, que teve formação francesa, aprendendo todo legado de Haussmann, permaneceu em Paris até 
1871.
Por volta de 1888, executa vários planos dando origem à expansão de Lisboa, onde a base de sustentação são o quarteirão e a Avenida.
O planos têm uma função integradora da cidade antiga, é utilizado o traçado viário em estrela, a praça circular e a quadricula regular, seguindo a expressão barroca.
A Avenida da Liberdade que finaliza no Parque Eduardo VII, a Avenida Fontes Pereira de Melo, a Avenida da República, o Marquês de Pombal e o Saldanha são exemplos desta expansão.
A malha urbana é sustentada através da praça convergente, do quarteirão, da malha recticulada e pela arborização das faixas centrais das avenidas.
O plano tem por base processos de expropriação e preparação do solo dividindo posteriormente em áreas construtivas.


Avenida da Liberdade
Fonte: http://lh3.ggpht.com/-bjunCTMS-zw/Tmdu1OK7FCI/AAAAAAAAR-0/cJvL1lPJ_t4/lx301_thumb%25255B4%25255D.jpg?imgmax=800


Planta de Lisboa
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZXiHmu9jxgJ79S1b_FLNUfArK4LPzRwD0fK3Ftd_7v5zQV74Ff6eI_Kpwrw4q7vPcMAZ78IN_NuNCVjgF1sjFf7mgkGoj3RBEI1y1JBQZS9F_wYqgwyhs6brBSd3gz3kA-4do26TQwQEU/s1600/Campo+Grande+006.jpg 

domingo, 1 de março de 2015

Desenho urbano Século XIX - Barcelona


26 - Fevereiro - 2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Barcelona
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Barcelona - Ildefonso Cerdá
A Catalunha estava em forte crescimento económico e cultural. Deste modo foi necessário elaborar um plano de expansão para Barcelona, dado que as muralhas medievais foram destruídas.Assim, Ildefonso Cerdá foi constituido pelo Rei como autor do plano de expansão para a cidade, aprovado em 1859 organizando a expansão até principios de século XX.
O plano de Cerdá vai debruçar-se sobre duas questões essenciais, a organização da grande expansão, o "Ensanche", e o estudo sobre a malha urbano quadriculada e o modo que o quarteirão se integra.
A Teoria General de La Urbanización, explica o pensamento urbanistico e as suas metologias.O plano de Cerdá responde aos aspectos funcionais, sociológicos, económicos e administrativos.A estratégia de Cerdá passa por um plano desenhado em quadricula ortogonal, com quarteirões de 113 metros de lado e vias de 20 metros de perfil. 
A quadricula é rasgada por diagonais que convergem numa grande praça, criando quarteirões irregulares e outros largos ou praças. A malha urbana envolve a cidade medieval e prolonga-se até aos municipios vizinhos. 
O plano foi preparado para albergar 800 000 habitantes numa escala inovadora na Europa em pleno século XIX.QuarteirõesFonte: http://barcelonawiths.com/wp-content/uploads/pla-cerda.jpgLigação entre cidade nova e cidade medievalFonte: http://urbanidades.arq.br/wp-content/uploads/2010/07/barcelona1.jpgSagrada FamiliaGrande plano
Fonte:http://www.anycerda.org/web/imagen/1266923209.foto1.tbl_fichas.0/Fotopla%20de%20l'Eixample.9-22.jpgQuarteirões
Fonte: http://www.ananomundo.com.br/site/wp-content/uploads/2013/08/QuadraCerda1.jpgDesenho
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/72/Barcelona_plano.jpg

Desenho urbano Século XIX - Experiências urbanas - Paris

12 - Fevereiro - 2015
Sumário:Desenho urbano Século XIX - Experiências urbanas - Paris
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Em meados do Século XIX era urgente pensar o território e os modos de expansão da cidades, dessa reflexão surgiram propostas alternativas e diferenciadoras da cidade burguesa e industrial.
Dessas propostas destacam-se os bairros especializados para os trabalhadores, construídos pelos industriais preocupados com as condições de vida dos trabalhadores.
A proposta da cidade linear de Soria e Mata articulava o caminho-de-ferro com o progresso urbano, além do transporte ferroviário o transporte motorizado transforma profundamente as cidades.
Todas estas experiências são reflexo das metamorfoses sociais, económicas e demográficas da era industrial.

Paris de Haussmann - Traçado Barroco

Haussmann interviu metodicamente na malha urbana antiga da cidade, renovando as áreas mais fragilizadas com novos traçados e construindo novas infra-estruturas.
O plano de Haussmann tinha como objectivos a circulação descongestionada no interior da cidade de modo a permitir a circulação entre gares. 
Outro objectivo era diminuir a insalubridade e a deteriorização dos bairros. 
Haussmann pensou também sob uma perspectiva de reenquadramento dos monumentos através de grandes eixos viários, retalhando a cidade com um traçado proviniente de praças bem ao gosto da tradição Barroca.
Os elementos urbanos utilizados no plano de Haussmann são o traçado em Avenida, praça como lugar de confluências de vias e o quarteirão.
A estrutura interna do quarteirão, cada lote é definido por perpendiculares à rua. A sua forma é desenhada de modo a evitar ruas demasiadas extensas.
Quanto à arquitectura dos edifícios é regular para produzir um tecido urbano homogeneo.
A unidade formal nas fachadas e coberturas, portas, janelas, cantarias, cornijas, etc.
O quarteirão ganha uma enorme importância e ganha novas funções no seu interior, através da sobreposição de vários pisos com equipamentos e serviços.



Paris
Fonte: http://www.arthistoryarchive.com/arthistory/architecture/images/Haussmanns-Paris-09.jpg