domingo, 8 de fevereiro de 2015

Desenho urbano Século XIX - Especulação fundiária e utopias sociais

5-Fevereiro-2015
Sumário: Desenho urbano Século XIX - Especulação fundiária e utopias sociais
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A cidade industrial criou grandes assimetrias entre oferta e procura de alojamento. Os interesses económicos ganham espaço face às preocupações urbanísticas. 
O aceleramento dos processos de loteamento para preparação do solo desvinculam-se das preocupações urbanísticas e arquitectónicas. 
Foi um periodo de execução de grandes extensões de loteamentos em quadricula repetidos sem qualquer controlo urbanístico.
Na Inglaterra as Bye Laws avançam em macha de óleo sobre o território criando uma malha habitacional descontrolada e monótona. Surgem as "Ilhas" e as "vilas" para aproveitamento so solo para construção e tecido habitacional para as classes operárias mais desfavorecidas. A cidade vai-se desenvolver em torno destes fenómenos e não pela organização espacial, que resultará na reflexão sobre os problemas sanitários das populações dando origem ao pensamento higienista do século XX.
Os urbanistas têm dificuldade para realizar operações urbanisticas por falta de vontade politico-administrativa, como aconteceu no passado com o plano de Wren para Londres em 1665, que não foi executado por falta de vontade face aos interesses privados.
Em Barcelona também Cerdá teve problemas em realizar o plano na sua plenitude que previa uma maior espacialidade para o espaço público.
Fruto do Liberalismo económico a gestão da cidade torna-se passiva face ao investimento privado no que toca à rentabilidade do solo.
O urbanismo vai assumir o papel de mediador entre conflitos de interesse privado e público. 

Utopias sociais
A problemática da cidade industrial e burguesa do século XIX, provocaram os mais diversos pensamentos e projectos de incidência social que resultaram em algumas experiências em edifícios que privilegiavam a vida em comunidade. Estamos a falar dos Falanstérios e dos familistérios, que pretendem alavancar uma transformação social criando novas comunidades distribuidas pelo território em detrimento da vida da cidade industrial.
As propostas de Owen e Fourier nestes casos são conjuntos edificados que volumetricamente aparentam ser como o palácio da nobreza.
Estas propostas tenderam a fracassar, mas contudo tem algumas linhas de influência na unidade de habitação de Le Corbusier e os Dom Komplex soviéticos. 


 
 Fonte: Lamas, José Ressano. Morfologia urbana e Desenho da cidade



 Le grand hornu
Fonte: http://penelopeturner.com/wp-content/2010/06/grand-hornu.jpg
  

Desenho urbano século XIX - Periferia urbana

29 - Janeiro - 2015

Sumário: Desenho urbano século XIX - Periferia urbana
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A fuga da cidade industrializada e o desenvolvimento dos transportes permitiram a expansão para a periferia com a construção de habitações. Os novos meios de transporte permitiram ligar estes novos aglomerados aos centros urbanos.
Os subúrbios proliferaram ocupando o solo desmesuradamente alterando profundamente os modelos urbanos.
Os elementos urbanos alteraram-se a rua passou a ser apenas um percurso, a praça de tradicional espaço de lazer e de encontro social deixa de ser utilizada.
O quarteirão enquanto elemento urbano é abandonado dando lugar à habitação unifamiliar de baixa densidade. Modelo que não favorece o desenvolvimento do espaço urbano, a arborização fazem a ligação entre o edificado e o espaço urbano.
O espaço colectivo perde importância para o espaço privado que se caracteriza por edifícios situados ao centro do lote envolvidos por logradouros deixando de contactar directamente com a via existindo um muro que delimita o lote.
O crescimento do subúrbio rompe com a morfologia urbana tradicional.
A especulação fundiária surge e ganha face às preocupações urbanísticas. 
 
 
 Fonte: Lamas, José Ressano. Morfologia urbana e Desenho da cidade